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sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Tragédias climáticas no Brasil refletem aquecimento global


Com a elevação do nível do mar em até um metro, a baixada fluminense, no Rio de Janeiro, pode desaparecer. Avaliação é do coordenador do Programa Nacional Rede Clima do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Carlos Nobre.
Comissão sobre mudança climática quer mais poder deliberativo sobre as questões que dizem respeito a sua área de atuação. Foto: Luiz Xavier/Agência Câmara
Durante a audiência pública da Comissão Mista Permanente sobre Mudanças Climáticas para discutir o Programa Nacional de Mudanças Climáticas, o coordenador do Programa Nacional Rede Clima do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Carlos Nobre, disse que as situações extremas do clima, no Brasil e no mundo, já são consequência do aquecimento global. Ele citou as enchentes no norte e no nordeste como efeitos "certos" das alterações do clima no planeta.
As previsões, segundo o especialista, é de que até 2040 a temperatura mundial suba 2°C, mas as tragédias climáticas da atualidade já são reflexo do que vai acontecer com o mundo. "Com e elevação do nível do mar em até um metro, a baixada fluminense, por exemplo, vai desaparecer", afirmou.
De acordo com as observações do Inpe, a região sul do país deve ser atingida por períodos de chuvas cada vez maiores, o que pode causar doenças antes só encontradas na região norte, como a malária. Na Amazônia devem ocorrer mais cheias e grandes áreas devem ser submersas. Para o nordeste, a previsão é de aumento da desertificação, chegando a impossibilitar a vida em muitos estados.
Na avaliação do pesquisador, a dificuldade de adaptação do ser humano às novas condições climáticas e a consequente exposição aos perigos, podem aumentar ainda mais o impacto e a vulnerabilidade humana na Terra. Segundo o especialista, a influência da humanidade no planeta nos últimos séculos tornou-se significativa a ponto de ser considerada uma nova era geológica, denominada antropocentro.
Carlos Nobre explica que a proposta da Rede Clima, criada em 2007, é apresentar um modelo brasileiro do sistema climático global, o que vai permitir um salto na capacidade de oferecer novos cenários para tomadas de decisão no planeta. Ele anunciou também a compra de um supercomputador, avaliado em R$ 25 milhões, com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, que vai contribuir com as pesquisas realizadas pelos institutos nacionais de mudanças climáticas.
O coordenador do Inpe disse que a Rede Clima vai apresentar, num período de dois anos, um Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas, cujos relatórios vão especificar todos os detalhes das mudanças climáticas no país. "O objetivo é apresentar soluções para que as previsões da ciência possam ser revertidas".
O líder do PSB, deputado Rodrigo Rollemberg, ressaltou que as pesquisas e as políticas públicas são as saídas para encontrar soluções em energias limpas para o Brasil. Segundo o parlamentar, o foco deve ser a redução da mitigação das emissões de gases de efeito estufa e a adaptCação às mudanças climáticas.
Rollemberg salientou que o Brasil deve aproveitar a oportunidade de uma nova economia que deverá emergir da crise econômica e da preocupação da humanidade com as emissões de carbono. "O Brasil pode agregar indústria, pode gerar renda, pode gerar empregos dentro de uma nova concepção de um novo modelo de desenvolvimento chamado economia verde", disse.

Fonte: Liderança do PSB na Câmara dos Deputados - 20/5/2009